O que é sarcoidose?
Sarcoidose é uma doença que afeta qualquer órgão do corpo, mas com maior frequência os pulmões (90% dos casos), os olhos, a pele, os gânglios linfáticos ou outras áreas do organismo.
O sistema imunológico é responsável para lutar contra germes (vírus e bactérias) e substâncias estranhas que invadem o organismo. A reação do sistema imunológico ao material estranho e aos germes causa uma inflamação. Na sarcoidose ocorre um tipo especial de inflamação que resulta em pequenos nódulos, em forma de grãos (“granulomas”). Os granulomas se formam quando as células do sistema imunológico se agrupam.
A genética tem também um papel na sarcoidose. Os pesquisadores acreditam que certos genes aumentam o risco da pessoa para desenvolver sarcoidose quando expostas a determinados desencadeantes do ambiente. Certos genes também podem influenciar que órgãos serão afetados pela doença, bem como a gravidade dos sintomas. Entretanto casos familiares de sarcoidose são incomuns.
Na maioria dos casos, os granulomas desaparecem em 2-3 anos. Em outros casos, os granulomas não desparecem e o tecido se torna cicatrizado, o que é chamado de fibrose.
Como a sarcoidose é diagnosticada?
Às vezes, o diagnóstico é feito apenas pela combinação de certos achados clínicos. Na maioria dos casos, o médico irá solicitar uma biópsia de algum local comprometido. Parte-se dos locais mais acessíveis, como lesões de pele e gânglios (“ínguas”) mas, frequentemente, uma biópsia de pulmão é necessária. Em geral a biópsia de pulmão através de broncoscopia é suficiente para o diagnóstico.
Infelizmente, no Brasil, o diagnóstico de sarcoidose é muitas vezes feito tardiamente com 60% dos casos diagnosticados com seis meses ou mais de sintomas.
Uma vez feito o diagnóstico da sarcoidose, a procura por envolvimento de diversos órgãos é avaliada por diversos exames.
Nos pulmões, a sarcoidose causa, na maioria dos casos, pequenos nódulos pulmonares (formados por aglomerados de granulomas) e aumento do gânglios entre os pulmões (mediastino)
A sarcoidose deve ser sempre tratada?
Nem sempre. Se a doença for leve, tratamento pode não ser necessário. O médico irá provavelmente tratar a sarcoidose se ela envolve os olhos, coração ou o sistema nervoso. No caso dos pulmões, o tratamento é reservado para doentes com sintomas ou com alteração da capacidade pulmonar ou se já existem sinais de fibrose na tomografia.
Como é feito o tratamento?
Em geral, medicamentos contendo corticosteróides tais como prednisona são usados para tratar a sarcoidose. Os efeitos colaterais variam de pessoa para pessoa, podendo ser leves até potencialmente perigosos. Doses elevadas dos corticosteroides não são necessárias na maioria dos casos. Em geral, o tratamento é iniciado com dose de 20-30 mg de prednisona por dia. A duração do tratamento depende da gravidade da doença e da resposta à medicação.
Outros medicamentos são usados às vezes para tratar formas mais graves da doença quando os corticosteróides não funcionam ou quando resultam em efeitos colaterais:
Metotrexate. É a medicação mais utilizada depois dos corticosteróides. O início do efeito, entretanto, é demorado, em torno de seis meses. A dose varia de 10-20 mg, uma vez por semana.
Outros medicamentos podem ser usados se os corticosteroides e o metotrexate não são eficazes. Infliximabe e adalimumabe são novos tratamentos úteis em algumas formas graves de sarcoidose.
Os pacientes com sarcoidose podem ter níveis elevados de cálcio espontaneamente ou após reposição de vitamina D, mesmo quando a vitamina D está baixa no sangue. Não tome suplementação de vitamina D se você tem sarcoidose, a não ser se recomendada por um especialista na doença. Em pacientes com vitamina D elevada, alimentos ricos em vitamina D devem ser evitados, tais como derivados do leite, laranjas, e salmão.
Corticosteróides dados por via inalatória, associados a broncodilatadores, podem ser prescritos para pacientes com chiado, tosse intensa, ou quando os testes de função pulmonar mostram que a sarcoidose resultou em obstrução das vias aéreas, o que não é raro.